sábado, 8 de junho de 2013

Poema de Outono

Está fazendo um dia lindo de outono. 
A praia estava cheia de um vento bom, de uma liberdade.
E eu estava só. E naqueles momentos não precisava de ninguém. 
Preciso aprender a não precisar de ninguém. 
É difícil, porque preciso repartir com alguém o que sinto. 
O mar estava calmo. Eu também.
Mas à espreita, em suspeita. 
Como se essa calma não pudesse durar.
Algo está sempre por acontecer. 
O imprevisto me fascina.
  
CLARICE LISPECTOR

2 comentários:

  1. Em uma Tarde de Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
    Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
    Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
    Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...

    Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
    Visitaste este mar inabitado e morto,
    Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
    Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?

    A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
    A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
    Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!

    E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
    E contemplo o lugar por onde te sumiste,
    Banhado no clarão nascente do arrebol...

    *Olavo Bilac

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  2. Helena,obrigada por postar e compartilhar esse poema belíssimo. Tenho certeza que todos que lerem esse poema e outros mais que virão a ser postados, só tem a nos acrescentar culturalmente. Abraço!

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